Ao longo da história humana a maternidade em vários momentos foi vista como proposito único para as mulheres, e até alguns anos atrás manifestar-se o desejo pela não maternidade era pouco provável. Após várias lutas pelas conquistas voltadas para independência e autonomia das mulheres, o gênero feminino se desvencilhou do sinônimo de maternidade e as mesmas agora podem optar por ser ou não mãe.
A psicanálise, desde sua fundação por Sigmund Freud, tem explorado profundamente as dinâmicas familiares e os papéis de gênero.
O mito do amor materno é uma construção cultural que sugere que todas as mulheres têm um instinto natural e inato para a maternidade e que o amor materno é incondicional e universal.
No entanto, a psicanálise oferece uma perspectiva crítica sobre esse mito, destacando como ele pode ser uma fonte de pressão e conflito para as mulheres.
O tornar-se mãe não se limita apenas a ter um filho. É uma construção que, da mesma maneira, também se coloca para a mulher na conquista do seu lugar como tal. Ser mãe é uma função que a mulher pode ou não exercer. Isso porque tornar-se mãe não se reduz a ter um filho. É preciso estabelecer um registro da ordem do psíquico, que permitirá um enlaçamento tão complexo quanto profundo com o filho.
Origens do Mito do Amor Materno
O conceito de amor materno como instintivo e natural surgiu fortemente no século XVIII, com a valorização da família nuclear e a idealização da mulher como mãe e cuidadora.
Elisabeth Badinter, em seu livro “Um Amor Conquistado: O Mito do Amor Materno”, argumenta que essa ideia foi construída socialmente e não é uma verdade universal.
A Perspectiva Psicanalítica
- Desconstrução do Instinto Materno:
- A psicanálise questiona a ideia de que o amor materno é um instinto natural. Freud e outros psicanalistas, como Melanie Klein e Donald Winnicott, sugerem que a maternidade é uma experiência complexa, influenciada por fatores inconscientes, históricos e culturais.
- O Papel do Inconsciente:
- Segundo a psicanálise, os desejos e conflitos inconscientes das mulheres influenciam sua experiência da maternidade. A relação com a própria mãe e as experiências infantis desempenham um papel crucial na forma como uma mulher vivencia a maternidade.
- Transferência e Contratransferência:
- A dinâmica de transferência, onde sentimentos e expectativas são projetados no terapeuta, pode ser observada na relação mãe-filho. A análise dessas dinâmicas pode revelar conflitos internos e expectativas sociais que moldam o amor materno.
Mulheres Atuais e o Mito do Amor Materno
Na contemporaneidade, muitas mulheres desafiam o mito do amor materno ao escolherem não ter filhos ou ao buscarem equilibrar a maternidade com carreiras e outras aspirações pessoais. A psicanálise ajuda a entender essas escolhas como legítimas e não como desvios de um suposto instinto natural.
- Pressões Sociais e Culturais:
- As mulheres enfrentam pressões para se conformarem ao ideal de mãe perfeita. A psicanálise revela como essas pressões podem gerar sentimento de culpa e inadequação, contribuindo para problemas de saúde mental.
- Autonomia e Identidade:
- A psicanálise apoia a busca das mulheres por autonomia e identidade além da maternidade. Reconhece que o desejo de ser mãe ou não é uma escolha pessoal e complexa, influenciada por múltiplos fatores.
- Impacto na Saúde Mental:
- A idealização da maternidade pode levar a expectativas irreais e frustração. A psicanálise oferece um espaço para explorar esses sentimentos e buscar uma compreensão mais equilibrada da maternidade.
A psicanálise oferece uma visão crítica e profunda sobre o mito do amor materno, destacando como ele é uma construção cultural que pode impactar negativamente as mulheres.
Ao desconstruir esse mito, a psicanálise promove uma compreensão mais realista e saudável da maternidade, permitindo que as mulheres façam escolhas mais livres e conscientes sobre suas vidas.
Marina da Silveira Rodrigues Almeida – CRP 06/41029
Psicóloga Clínica, Escolar e Neuropsicóloga, Especialista em pessoas adultas Autistas (TEA), TDAH, Neurotípicos e Neurodiversos.
Psicanalista Psicodinâmica e Terapeuta Cognitiva Comportamental
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Respostas de 2
Maravilhoso!
Obrigada por me facilitar a leitura.
Boa tarde! Sandra
Agradeço seus elogios, fico muito contente em tê-la ajudado.
Um abraço carinhoso e inclusivo.
Att.
Marina S. R. Almeida
Consultora Ed. Inclusiva, Psicóloga Clínica e Escolar
Neuropsicóloga, Psicopedagoga e Pedagoga Especialista
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