INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL GENERATIVA – PONTOS FAVORÁVEIS E DESFAVORÁVEIS

Destacamos algumas áreas que a Inteligência Artificial generativa está sendo implantada. Apontamos os pontos favoráveis e desfavoráveis que são levantados pelos autores Alexandre (2024); Harari (2016) e pesquisa “Taxonomy of Human Rights Risks Connected to Generative AI Supplement to B-Tech’s Foundational Paper on the Responsible Development and Deployment of Generative AI” (UNHR, 2023):

Saúde – pontos favoráveis

  • Capacidade de melhorar o diagnóstico e o tratamento, por exemplo temos a IA Watson da IBM para realizar diagnósticos preditivos em big data.
  • Analisar grandes volumes de dados médicos, incluindo registros de pacientes, resultados laboratoriais e imagens médicas, para ajudar os profissionais de saúde a fazerem diagnósticos precisos e opções de tratamentos assertivos.
  • Identificar padrões e anomalias que podem ser difíceis de serem detectadas pelos médicos humanos, proporcionando à detecção precoce da patologia e intervenções terapêuticas (medicina preditiva).
  • Pesquisas sobre longevidade poderá levar a aceleração da IA forte, necessária para impulsionar pesquisas sobre envelhecimento.
  • Robôs terapêuticos com IA podem ser utilizados para idosos, para estimular interações sociais com crianças autistas, aliviar tensão, ansiedade e solidão.
  • Cirurgias menos invasivas com uso de tecnologia IA, como o sistema da Vinci.
  • Realizar diagnósticos a distância em locais que não tenham acessibilidade e cuidados de saúde.
  • Melhorar tecnologia em exames de imagens como tomografias e ressonâncias magnéticas.

Saúde – pontos desfavoráveis

  • Os sistemas de IA na área da saúde dependem fortemente de dados de pacientes, incluindo informações médicas confidenciais. É necessário garantir que estes dados sejam recolhidos, armazenados e utilizados de forma segura, ética e com privacidade de dados sensíveis.
  • Ainda não há nenhum resultado para melhorar a qualidade do cérebro humano ao envelhecer que garanta sua plasticidade neuronal. Também não há tratamentos para Alzheimer e outras demências do envelhecimento.
  • Modelos preditivos de IA, podem levar a uma lógica cartesiana computacional de respostas e resultados, mas está lógica poderá não encontrar ressonância com o comportamento do homem que é imprevisível frente a uma lógica tecnológica.
  • A desinformação criada com IA generativa pode ser usada de forma inadequada levando o risco de incitar a violência física e/ou psicológica direcionada contra indivíduos ou grupos vulneráveis.
  • Os geradores de imagens e vídeos podem ser usados para criar conteúdo sexualizado não consensual, incluindo representações sexualizadas artificiais ou falsas de indivíduos reais e não consentidos (“pornografia deepfake”) e/ou representações de imagens sexuais violentas e/ou ser usados para criar material de abuso sexual infantil. Em todas as situações, mulheres e meninas correm maior risco de exposição.
  • A falta de informação e pouca crítica da realidade pode encorajar os usuários a tomarem ações que coloquem em risco seu próprio bem-estar físico ou psicológico, especialmente aqueles em grupos vulneráveis, como por exemplo, pessoas em crise de saúde emocional. A IA generativa também pode ser usada por pessoas mal-intencionadas para facilitar ou permitir o tráfico de pessoas, criando conteúdo manipulável para aliciar ou atrair indivíduos para situações de exploração, da mesma maneira que ocorre com o tráfico de seres humanos em geral, as mulheres e as crianças estão em maior risco.
  • As IA generativas produzem ainda vieses culturais que estão presentes em conjuntos de dados de treinamento e na internet em geral. Como consequência, pode levar a disseminação de estereótipos e preconceitos em pessoas ou grupos de pessoas, levando ao comprometimento da autoestima, identidade, sentimento exclusão, sofrimento psicológico, baseados na raça, cor, sexo, língua, religião, opinião política ou outra, origem nacional ou social, propriedade, nascimento ou outro estatuto, amplificando a discriminação e as desigualdades socioeconômicas existentes.

Marketing – pontos favoráveis

  • Aprimora o direcionamento e a personalização de campanhas de publicitárias.
  • Analisa grandes quantidades de dados de clientes, incluindo dados demográficos, preferências, comportamento de navegação e histórico de compras, para segmentar públicos e entregar mensagens de marketing altamente direcionadas e personalizadas.
  • Os profissionais de marketing podem adaptar as suas campanhas a segmentos específicos de clientes, aumentando a relevância e a eficácia dos seus esforços de marketing.
  • Esse filtro de direcionamento e personalização pode levar a taxas de conversão mais altas, maior satisfação do cliente e a capacidade de aprimorar o direcionamento e a personalização de campanhas publicitárias.

Marketing – pontos desfavoráveis

  • Uma desvantagem da IA no marketing é a potencial falta de estilo humano e criatividade. Embora a IA possa automatizar várias tarefas de marketing e gerar insights baseados em dados, pode ter dificuldade em replicar os elementos humanos únicos do marketing, como a relação emocional, a intuição e o pensamento criativo.
  • Os algoritmos de IA podem depender apenas de dados e padrões predefinidos estatisticamente, potencialmente perdendo abordagens de marketing inovadoras ou prontas para uso que exigem criatividade e intuição humanas.

Criatividade – pontos favoráveis

  • Aumentar a criatividade humana e fornece novos caminhos para a expressão artística.
  • Ajudar artistas, músicos e escritores a gerar ideias inovadoras, a explorar novos estilos artísticos e a ultrapassar os limites dos processos criativos tradicionais.

Criatividade – pontos desfavoráveis

  • Uma desvantagem da IA na criatividade é a potencial falta de originalidade e autenticidade nos trabalhos criativos gerados pela IA.
  • Pode imitar estilos e padrões existentes, há um debate contínuo sobre se a IA pode realmente possuir criatividade no mesmo sentido que os humanos.
  • Trabalhos artísticos gerados por IA podem carecer da profundidade, da conexão emocional e das perspectivas únicas que advêm das experiências e emoções humanas. 
  • A produção de grandes quantidades de dados por modelos generativos de IA pode acarretar impactos adversos ao direito dos indivíduos à propriedade moral, criativa e intelectual. Há possibilidade de uso não autorizado de obras protegidas, afetando negativamente o direito de propriedade dos autores originais dessas obras. A capacidade dos sistemas de IA generativas de criar conteúdo que imita obras existentes de criadores humanos coloca em risco os direitos de propriedade dos autores originais.

Transporte – postos favoráveis

  • Potencial para aumentar a segurança e a eficiência nas estradas e em vários modos de transporte.
  • Analisar dados em tempo real de sensores, câmeras e outras fontes para tomar decisões rápidas e informadas.
  • Permitir funcionalidades como sistemas de assistência avançada ao condutor (ADAS) e veículos autônomos, que podem ajudar a reduzir erros humanos e acidentes.
  • Otimizar o fluxo de tráfego, melhorar o planejamento de rotas e permitir a manutenção preditiva dos veículos, levando a redes de transporte mais eficientes, à redução do congestionamento e acidentes.

Transporte – pontos desfavoráveis

  • Os veículos autônomos, por exemplo, levantam questões sobre a responsabilidade em caso de acidentes. Determinar quem é o responsável quando um veículo controlado por IA se envolve em uma colisão pode ser um evento de alta complexidade para tomada de decisões.
  • Precisam de considerações éticas, como a atribuição de recursos limitados ou a proteção dos passageiros. Há necessidade de equilibrar estes dilemas éticos e desenvolver regulamentos jurídicos, éticos e diretrizes de contexto.

Educação – pontos favoráveis

  • Capacidade de fornecer experiências de aprendizagem personalizadas.
  • Analisar grandes quantidades de dados sobre o desempenho, as preferências e os estilos de aprendizagem dos estudantes para criar conteúdo educacional personalizado e caminhos de aprendizagem adaptáveis e flexíveis.
  • A personalização permite que os estudantes aprendam em seu próprio ritmo, concentrem-se nas áreas onde precisam de mais apoio e se envolvam com conteúdo que sejam relevantes e interessantes.
  • Democratização da inteligência biológica (natural), mesmo que as elites políticas e econômicas nem sempre tenham aceitado perfeitamente as enormes diferenças nas capacidades intelectuais humanas, há um prognostico melhor com a utilização da IA gerativa para grupos que apresentem dificuldades de aprendizagem e déficits cognitivos.
  • Há esperanças que a inteligência artificial venha contribuir para mitigar as desigualdades sociais, a miséria, e ao acesso à educação. A reinvenção da escola deverá ser um propósito importante para toda a humanidade, visto que em sua grande maioria as instituições escolares continuam mantendo seus métodos, organizações e estruturas ainda aquém dos avanços contemporâneos e evolução tecnológica em grande escala.

Educação – pontos desfavoráveis

  • Uma desvantagem da IA na educação é o potencial para preocupações éticas e de privacidade. Os sistemas de IA coletam e analisam uma quantidade significativa de dados sobre os estudantes, incluindo desempenho, comportamento e informações pessoais. Será necessário garantir que estes dados sejam tratados de forma ética, segura, com salvaguardas de privacidade.
  • A escola dos cérebros humanos biológicos terá em todo mundo, cada vez mais dificuldade em alcançar a escola da inteligência artificial.
  • A nova escola será hipertecnológica, poderá formar mais tecnólogos do que humanistas capazes de buscar objetivos partilhados para a humanidade.
  • As desigualdades cognitivas, aproximadas pelo QI – um indicador inadequado para apreender ao lado da IA, trazem problemas sociais, políticos e filosóficos numa sociedade do conhecimento. Podemos citar, as diferenças nas capacidades cognitivas acarretam restrições de oportunidade, exclusão social, diferenças salariais, diferenças na capacidade de compreender o mundo e status social. Portanto, há risco de crianças e jovens socioeconomicamente mais vulneráveis não tenham acesso aos benefícios de novas tecnologias.
  • A IA generativa é uma tecnologia com potenciais abrangentes. Possivelmente, alguns desses potenciais serão benéficos para o homem e para humanidade, bem como a valorização dos direitos humanos. Considerando, que a IA generativa, se desenvolvida, implantada e usada de forma responsável, tem a capacidade de melhorar o acesso à informação, permitir a liberdade de expressão e, potencialmente, aprimorar os direitos à saúde, à educação, ao trabalho, acesso a serviços públicos e outros setores da sociedade devido ao seu desenvolvimento exponencial em rede (UNHR, 2023).

Estudos da “Taxonomy of Human Rights Risks Connected to Generative AI Supplement to B-Tech’s Foundational Paper on the Responsible Development and Deployment of Generative AI” (2023), realizado a pedido da Organização das Nações Unidas pelos Direitos Humanos, apontam que as IA (IA fraca) e a IA generativa (IA forte) estão colocando em risco os direitos humanos e impactando a saúde psicológica dos seres humanos.

A pesquisa aponta que ainda não há regulação desta tecnologia, como governança, ética, critérios jurídicos definidos, políticas de segurança, privacidade, questões sociais e até ecológicas, portanto, devem ser observadas com cautela.

Atualmente os direitos humanos se deparam com possíveis ameaçadas de suas garantias fundamentais acordadas internacionalmente (UNHR, 2023).

(…) a IA generativa provavelmente representará riscos adicionais aos direitos humanos que surgirão no médio prazo. À medida que essa tecnologia transformadora evolui, e à medida que os casos de uso corporativos e governamentais evoluem com ela, podemos esperar que os direitos humanos serão ameaçados de novas maneiras. Por exemplo, especialistas consultados pela B-Tech levantaram preocupações sobre a potencial fusão de vários modelos de IA generativa em sistemas maiores únicos que geram entradas e saídas de forma autônoma.  As implicações de tais sistemas para a disseminação autônoma de enormes quantidades de desinformação são preocupantes. A aplicação da IA generativa aos conflitos armados também ainda está em seu início, mas certamente se acelerará, trazendo consigo sérias preocupações com os direitos humanos. (UNHR, 2023).

Enfim, destacamos que os direitos humanos são inter-relacionados e interdependentes, e podemos concluir que o uso indevido de IA generativa pode colocar vários direitos fundamentais em risco, bem como a saúde emocional do homem e humanidade. Dependendo de como a implantação das IAs generativas continuarem sendo desenvolvidas sem as devidas providencias cabíveis, teremos mais riscos a médio e longo prazo.

Sendo assim, é urgente implementar sistemas regulatórios para IAs (fraca e forte) e possivelmente prever regulamentações para as IAs com Superinteligência e o advindo da possível IA híbrida, medidas de governança preditivas e protetivas serão benéficas para todos, protegendo o potencial humano e quem sabe poderemos redefinir a humanidade em outro patamar de existência.

Fontes:

ALEXANDRE, Laurent. A guerra das inteligências na era do ChatGpt. Tradução Idalina Lopes. 1ª. edição. São Paulo: Editora Manole, 2024.

HARARI, Yuval N. Homo Deus: uma breve história do amanhã. Tradução Paulo Geiger – 1ª. edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

United Nations Human Rights Office of the High Commissioner (UNHR). Taxonomy of Human Rights Risks Connected to Generative. Genebra: Suíça, (2023). Disponível: https://www.ohchr.org/sites/default/files/documents/issues/business/b-tech/taxonomy-GenAI-Human-Rights-Harms.pdf. Acesso em 22 de junho, 2024.

A Psicóloga e Neuropsicóloga Marina da Silveira Rodrigues Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista em homens e mulheres.

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