INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL FRACA, FORTE OU GENERATIVA E SUPER IA

Atualmente existem três tipos principais de IA com base em suas capacidades de armazenamento de dados e processamento de informações – IA fraca, IA forte e Super IA (Alexandre, 2024):

  • IA Fraca – Concentra-se em uma tarefa e não consegue realizar além de suas limitações (comum em nossas vidas diárias). Está muito presente atualmente em tarefas mais simples como citado no exemplo do seu uso em plataformas de streamings.
  • IA Forte ou generativa – Pode compreender e aprender qualquer tarefa intelectual que um ser humano possa (os pesquisadores estão se esforçando para alcançar uma IA forte).
  • Super IA – Supera a inteligência humana e pode executar qualquer tarefa melhor que um humano – chamada de superinteligência (ainda um conceito).
  • Há pesquisas em andamento da IA híbrida – IA generativa e conexão neuronal com o cérebro humano através de implantes neuronais, está tecnologia é explorada na empresa Neuralink de Elon Musk. Avanços nas pesquisas nos casos de pacientes com paralisia, através de decodificação de fala bilingue (espanhol-inglês) e transferência de aprendizagem em IA, estão sendo realizadas pelos neurocientistas Silva, Ab, Liu, Jr, Metzger, Sl, et al. (2024), Universidade da Califórnia (USA).

Alexandre (2024), alerta que a IA poderá nos levar a seis grandes rupturas que permitirá estabelecer sua dominação tecnológica mundial.

A primeira ruptura são os monopólios difíceis de regular, a partir de bases de dados das gigantes norte-americanas Google, Apple, Facebook, Amazon e Microsoft (GAFAM), e ao Baidu, Alibaba, Tencent, Xiaomi (BATAX), que são os monopólios chineses.

A segunda ruptura é a dependência gerada pelas IAs. Para que se possa desenvolver e ampliar uma IA, ela precisa de dados para aprender, e as gigantes digitais tornaram seus aplicativos cada vez mais viciantes para os seres humanos, que lhes permitem capturar e acumular milhões de dados e informações dos seres humanos.

A terceira ruptura é a super vigilância social em termos de reconhecimento facial. As IAs chinesas já superam as do Vale do Silício por meio da televigilância política e social.

A quarta ruptura é o contexto de um mundo ultracomplexo, meio real, meio virtual, que a IA poderá criar (sistemas holográficos de presença, metaverso, sistemas híbridos, facknews, criação de vozes, imagens e textos). Requer mediadores humanos extremamente talentosos, com inteligência conceitual, com boa crítica da realidade e dimensões éticas apuradas. Nesta ruptura correremos o risco das manipulações políticas e tensões populistas, como ocorrido no escândalo do Facebook–Cambridge Analytica (2014) e outros casos mais recentes de manipulação de informações com fins ideológicos e políticos partidários.

A quinta ruptura, a IA favorece surgimento de regimes censitários, autoritários e totalitários. Regulamentar a big data exige especialistas multidisciplinares, com conhecimento em neurociências, direito, ética, geopolítica, computação, biotecnologia, nanotecnologia, bioética, educação, medicina, outras. Pessoas ou grupos capazes de gerenciar está complexidade política-tecnológica tornaram-se uma nova aristocracia.

A sexta ruptura, é voltada as correções dos vieses ou “alucinações digitais” da IA, que somente outras IAs e especialistas na área são capazes de detectar e corrigi-los.

O pesquisador chinês Lee (2019), relata que em 2016, após a IA AlphaGo da Google, vencer o imbatível jogador Lee Sedol, ganhando de quatro a um, está tecnologia com deep learning venceu o melhor jogador humano. A China, reagiu e fez investimentos grandiosos em inteligência artificial, sendo o maior país em tecnologia de controle de dados, vigilância social e reconhecimento facial. O governo chinês tem como meta que até 2030 se tornará o maior centro de inovação global em inteligência artificial competindo com vale do Silício nos Estados Unidos.

Lee (2019) ressalta que os desafios quanto ao desemprego em massa estão acontecendo muito antes do que previsto, e isso não está mais associado aos trabalhadores com baixa escolarização, mas a todos nós, inclusive os trabalhadores com níveis altos de especialização. Destaca que conseguiu ver um vislumbre de esperança quando o jogador Sedol, emociona-se percebendo que seria derrotado por uma IA, viu o amor do competidor ao jogo Go e aos jogadores que se dedicam a está atividade, e a plateia que o assistia o apoiava, tornando-se um campeão do povo. Lee diz o seguinte: “Nessa conexão pessoas dando e recebendo amor, tive um vislumbre de como os humanos encontrão trabalho e significado na era da inteligência artificial” (Lee, pág. 82, 2019).

Kai-Fu Lee também aponta a evolução da IA, na internet, nos negócios, na percepção de uma nova realidade e mais autonomia para os seres humanos.

A nossa história com a IA é tão difícil porque não se trata apenas de uma história sobre máquinas. Também é uma história sobre seres humanos, pessoas com livre-arbítrio, que lhes permite fazer suas próprias escolhas e moldar seus próprios destinos. Nosso futuro com a IA, será criado por nós e refletirá, as escolhas que fizemos e as ações que dominamos. Neste processo, espero que olhemos profundamente dentro de nós mesmos, e uns aos outros a fim de encontrar valores de sabedoria que podem nos guiar” (Lee, pág. 102, 2019).

Atualmente 75 países fazem uso desta tecnologia, alguns de forma legal e outros violam os direitos humanos, segundo o relatório The Carnegie Endowment for International Peace (Fundo Carnegie para a Paz Internacional), de 2019.

É provável que os avanços continuarão a partir da evolução tecnológica das inteligências generativas e avanço das superinteligências, se isso for um fato, o mundo poderia se tornar radicalmente diferente do que é hoje colocando questões inéditas e existenciais sobre o lugar da inteligência humana num mundo dependente ou codependente das inteligências artificiais. Todavia, em todo bônus tem um ônus, há fortes riscos deste cenário fugir do controle, considerando que as regulações éticas sobre as inteligências artificias são postergadas globalmente. (Russel e Norvig, 2004).

As suposições afirmadas sobre a evolução tecnológica levariam automaticamente a um progresso social e humano significativo não pode mais ser sustentada. A ambivalência da tecnologia tornou-se um tópico permanente nos debates públicos, filosóficos e científicos. A discussão científica sobre como adquirir e estabelecer conhecimentos orientativos para os tomadores de decisão diante da ambivalência da tecnologia divide-se em dois ramos: a ética da tecnologia e a avaliação tecnológica.

Esses dois ramos baseiam-se em pressupostos diferentes sobre como orientar a política tecnológica: o ramo da ética filosófica, é claro, enfatiza as implicações normativas das decisões relacionadas à tecnologia e a importância dos conflitos morais, enquanto o ramo de avaliação de tecnologia se baseia principalmente em pesquisas sociológicas ou econômicas.

Kai-Fu Lee (2019) aponta que os mecanismos de IA são capazes de identificar preditores fracos, a saber, “pontos de dados periféricos que podem parecer não ter relação com o resultado, mas contém algum poder de predição quando combinados em dezenas de milhões de exemplos, podendo levar a erros”. (Lee, págs. 136 e 137, 2019). O autor afirma que como os robôs estão mudando o mundo, a forma como amamos, nos relacionamos, trabalhamos e vivemos também está mudando.

Fontes:

ALEXANDRE, Laurent. A guerra das inteligências na era do ChatGpt. Tradução Idalina Lopes. 1ª. edição. São Paulo: Editora Manole, 2024.

COLLINGRIDGE, David.  The social control of technology. New York: St. Martin’s Press, 1980.

HARARI, Yuval N. Homo Deus: uma breve história do amanhã. Tradução Paulo Geiger – 1ª. edição. São Paulo: Companhia das Letras, 2016.

LEE, Kai-Fu. Inteligência Artificial: como os robôs estão mudando o mundo, a forma como amamos, nos relacionamos e trabalhamos. Tradução Marcelo Barbão. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.

LEE, Kai-Fu. Inteligência Artificial: como os robôs estão mudando o mundo, a forma como amamos, nos relacionamos e trabalhamos. Tradução Marcelo Barbão. Rio de Janeiro: Globo Livros, 2019.

RUSSEL, Stuart; NORVIG, Peter. Inteligência Artificial. 2ª. edição. Rio de Janeiro: Campos, 2004.

SILVA, AB, Liu, JR, Metzger, SL et al. A bilingual speech neuroprosthesis driven by shared cortical articulatory representations across languages. Nat. Biomédica. Eng. (2024). Disponível:  https://doi.org/10.1038/s41551-024-01207-5. Acesso em 23 de junho, 2024.

STAIR, Ralph M.; REYNOLDS, George W. Princípios de Sistemas de Informação. São Paulo: Thomson, 2006.

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