GHOSTING NOS RELACIONAMENTOS AMOROSOS: UMA ANÁLISE PSICANALÍTICA

Ghosting, ou desaparecer sem explicações em um relacionamento, tornou-se um fenômeno comum na era digital. Caracteriza-se pelo rompimento súbito de todas as formas de comunicação, deixando a outra pessoa sem respostas ou fechamento.

Este comportamento pode ser devastador emocionalmente e levanta questões profundas sobre a natureza dos relacionamentos humanos. A psicanálise oferece uma lente valiosa para entender as motivações subjacentes e os impactos psicológicos do ghosting.

1. O Inconsciente e o Medo do Confronto

1.1 Medo do Confronto

A psicanálise sugere que o comportamento de ghosting pode estar enraizado no medo inconsciente de confrontos. Enfrentar a outra pessoa e comunicar os sentimentos de maneira clara e honesta pode ser intimidante. O indivíduo que prática ghosting evita a ansiedade e o desconforto associados ao confronto direto, optando por desaparecer silenciosamente.

1.2 Mecanismos de Defesa

O ghosting pode ser visto como um mecanismo de defesa, onde a pessoa que o pratica tenta se proteger de sentimentos dolorosos ou de rejeição. Ao cortar abruptamente a comunicação, ela se distancia emocionalmente e evita enfrentar suas próprias vulnerabilidades e inseguranças.

2. A Transferência e a Repetição de Padrões

2.1 Transferência de Experiências Passadas

A psicanálise também explora a transferência, onde experiências passadas são projetadas em novos relacionamentos. Indivíduos que foram abandonados ou rejeitados anteriormente podem, inconscientemente, repetir esses padrões ao praticar ghosting. Eles transferem suas ansiedades e medos não resolvidos para o presente, recriando situações de abandono para manter um senso de controle.

2.2 Repetição Compulsiva

Freud introduziu o conceito de repetição compulsiva, onde os indivíduos repetem comportamentos destrutivos para tentar dominar traumas passados.

O ghosting pode ser uma manifestação dessa compulsão, onde a pessoa tenta, sem sucesso, resolver seus conflitos internos ao repetir padrões de abandono e evasão.

3. Narcisismo e Falta de Empatia

3.1 Narcisismo e Egoísmo

A psicanálise também sugere que o ghosting pode estar relacionado ao narcisismo. Indivíduos com tendências narcisistas podem ser mais propensos a praticar ghosting, pois priorizam suas próprias necessidades e desejos acima dos sentimentos dos outros. Eles podem ver os relacionamentos como meros instrumentos para a satisfação pessoal, descartando-os quando não mais servem a seus interesses.

3.2 Falta de Empatia

A falta de empatia é outra característica associada ao ghosting. A incapacidade de se colocar no lugar do outro e reconhecer o impacto emocional de suas ações é um fator crítico. O ghosting reflete uma desconexão emocional, onde a pessoa ignora ou minimiza a dor e a confusão causada na outra parte.

4. Impactos Psicológicos

4.1 Sentimentos de Abandono e Rejeição

A pessoa que se relaciona com um ghost frequentemente experimenta sentimentos intensos de abandono e rejeição. A ausência de explicações ou fechamento deixa um vazio emocional que pode ser difícil de processar. Isso pode levar a uma perda de autoestima e confiança nos relacionamentos futuros.

4.2 Ansiedade e Incerteza

A incerteza sobre o que deu errado no relacionamento pode gerar uma ansiedade significativa. A falta de respostas claras deixa a pessoa ghosted em um estado de constante questionamento e dúvida, exacerbando a angústia emocional.

5. Impactos Psicológicos no Ghoster

5.1 Culpa e Remorso

Embora o ghosting possa ser visto como uma estratégia de evasão, a pessoa que o pratica pode eventualmente sentir culpa e remorso por suas ações. A consciência do dano causado pode levar a um conflito interno e à necessidade de enfrentar suas próprias falhas e limitações emocionais.

5.2 Isolamento e Solidão

O comportamento de ghosting também pode contribuir para o isolamento e a solidão do próprio ghoster. Ao evitar confrontos e desconectar-se emocionalmente, ele pode se afastar de relacionamentos genuínos e significativos, perpetuando um ciclo de solidão.

Conclusão

O ghosting é um fenômeno complexo que reflete uma série de questões psicanalíticas, incluindo medos inconscientes, mecanismos de defesa, transferência, narcisismo e falta de empatia.

Tanto o ghoster quanto a pessoa ghosted enfrentam desafios emocionais significativos que podem ter impactos duradouros em suas vidas.

A psicanálise oferece uma abordagem profunda para entender e abordar essas dinâmicas, promovendo uma maior consciência e cura emocional.

A Psicóloga e Neuropsicóloga Marina da Silveira Rodrigues Almeida é especialista em Transtorno do Espectro Autista em homens e mulheres.

Realizo psicoterapia online ou presencial para pessoas neurotípicas e neurodiversas.

Realizo avaliação neuropsicológica online para diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista em Adultos e TDAH.

Agende uma consulta no WhatsApp +55 (13) 991773793.

Marina da Silveira Rodrigues Almeida – CRP 06/41029

WhatsApp (13) 991773793

INSTITUTO INCLUSÃO BRASIL

Rua Jacob Emmerich, 365 – sala 13 – Centro – São Vicente-SP

CEP 11310-071

marinaalmeida@institutoinclusaobrasil.com.br

www.institutoinclusaobrasil.com.br

https://www.facebook.com/InstitutoInclusaoBrasil

https://www.facebook.com/marina.almeida.9250

https://www.facebook.com/groups/institutoinclusaobrasil

Instagram:

@institutoinclusaobrasil

@psicologamarinaalmeida

Compartilhe o post!

WhatsApp
Twitter
LinkedIn

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

×
Pular para o conteúdo